
Há tantas e tão cruéis. Tão dolorosas que nem imagino. Por isso com as restantes deveria sorrir e pensar que é apenas um adeus que diz olá a uma nova oportunidade.
Foi uma escolha, é só uma experiência, uma pequena aventura com certeza de regresso. Nem chega a meio ano. Meio ano aos vinte anos, depois de aos dezoito já ter dito adeus até ao próximo fim-de-semana, depois de saber que só lá vai divertir-se e estudar um pouco.
Não passa de um momento único e feliz, mas que exige um adeus temporário, que não chega a ser um adeus, é mais um comprovativo de que ficam cá pessoas que lhes transmitirão apoio.
Não passa disto, é verdade. Mas custou-me demais. Vi tudo, naquele aglomerado de pessoas. Vi três amigas que partiram juntas, umas com mais lágrimas do que outras. Vi os Pais que ficaram, tentando atenuar o vazio que, imagino, tê-los-á preenchido. Vazio por uma partida para o bem da filha, vazio por uma partida que deixa saudade, vazio por não poder protegê-la enquanto estiver lá. Vi as amigas, com relações tão diferentes entre elas, também com expressões tão diferentes, a abraçarem-se de maneira diferente enquanto diziam “força”, “juízo” ou “não fiques assim”. Vi os frustrados, como eu, a ver a coragem a subir aquela rampa com malas grandes e um bilhete na mão e a ir-se embora. Vi os namorados que ficaram. Os amores outrora tremidos, agora consolidados e naquele instante fragilizados. O último beijo, o último toque de mãos, o último olhar. O pensar como cada um estará “lá” e não saber o que fazer ou sentir enquanto se estiver cá.
E no entanto não passa disto. Tem tudo para ser só uma coisa boa, mas a despedida teima em transformá-la num momento penoso.
Na hora da despedida, em que controlamos a queda da lágrima para que um sorriso seja visto pelas três que ali mais precisam, na hora da despedida corre freneticamente este rio cá dentro, de lágrimas, de sonhos, de uma frustração revoltante. De uma força de vontade que não tem pernas para correr, apenas voz para se manifestar.
Quando eu der por mim, na hora desta despedida, eu hei-de ter de revirar todo o meu interior para soltar este egoísmo, soltar estas amarras que nunca me libertaram, soltar a energia da força que digo sentir. Mas antes, terei de ter outra destas despedidas. Mais dolorosa, com mais dúvidas, com mais lágrimas, com a revolta da inevitabilidade que não vi hoje. Sem necessidade. Mais esperançosa e com menos força. Por mais tempo. Por muito mais tempo. Com mais sabor a “último”. E aí, talvez a minha vontade ganhe a força do vento, talvez eu respire fundo, talvez eu limpe as lágrimas e... talvez vá.
Foi uma escolha, é só uma experiência, uma pequena aventura com certeza de regresso. Nem chega a meio ano. Meio ano aos vinte anos, depois de aos dezoito já ter dito adeus até ao próximo fim-de-semana, depois de saber que só lá vai divertir-se e estudar um pouco.
Não passa de um momento único e feliz, mas que exige um adeus temporário, que não chega a ser um adeus, é mais um comprovativo de que ficam cá pessoas que lhes transmitirão apoio.
Não passa disto, é verdade. Mas custou-me demais. Vi tudo, naquele aglomerado de pessoas. Vi três amigas que partiram juntas, umas com mais lágrimas do que outras. Vi os Pais que ficaram, tentando atenuar o vazio que, imagino, tê-los-á preenchido. Vazio por uma partida para o bem da filha, vazio por uma partida que deixa saudade, vazio por não poder protegê-la enquanto estiver lá. Vi as amigas, com relações tão diferentes entre elas, também com expressões tão diferentes, a abraçarem-se de maneira diferente enquanto diziam “força”, “juízo” ou “não fiques assim”. Vi os frustrados, como eu, a ver a coragem a subir aquela rampa com malas grandes e um bilhete na mão e a ir-se embora. Vi os namorados que ficaram. Os amores outrora tremidos, agora consolidados e naquele instante fragilizados. O último beijo, o último toque de mãos, o último olhar. O pensar como cada um estará “lá” e não saber o que fazer ou sentir enquanto se estiver cá.
E no entanto não passa disto. Tem tudo para ser só uma coisa boa, mas a despedida teima em transformá-la num momento penoso.
Na hora da despedida, em que controlamos a queda da lágrima para que um sorriso seja visto pelas três que ali mais precisam, na hora da despedida corre freneticamente este rio cá dentro, de lágrimas, de sonhos, de uma frustração revoltante. De uma força de vontade que não tem pernas para correr, apenas voz para se manifestar.
Quando eu der por mim, na hora desta despedida, eu hei-de ter de revirar todo o meu interior para soltar este egoísmo, soltar estas amarras que nunca me libertaram, soltar a energia da força que digo sentir. Mas antes, terei de ter outra destas despedidas. Mais dolorosa, com mais dúvidas, com mais lágrimas, com a revolta da inevitabilidade que não vi hoje. Sem necessidade. Mais esperançosa e com menos força. Por mais tempo. Por muito mais tempo. Com mais sabor a “último”. E aí, talvez a minha vontade ganhe a força do vento, talvez eu respire fundo, talvez eu limpe as lágrimas e... talvez vá.
[Desculpem se subestimo a vossa partida, meninas. Sabem que não se trata disso. É que custa muito. Boa sorte.]
9 comentários:
sinto as tuas palavras todos os domingos..
...Sabes que adoro a forma como as tuas palavras explicam coisas tão dificeis de descrever...mas este texto faz isso bem demais!!poes-nos todos a pensar;)
...Mas tambem sabes que vai tudo correr bem...porque lá no fundo és um menina CHEIA de força!!!
Beijinho muito grande
VAI ;)
Adorei o texto meu amor. Estou a comentar directamente de Siena e conseguiste descrever tudo aquilo que eu revejo todos os dias.
Por cah o tempo vai passando...
Percebo que te revolte esta nossa angustia quando sabes que vais ter outra ainda maior. Percebo. Nao tens que dizer nada.
Jah temos mts saudades vossas!Desculpa nao estar a por acentos mas estes pc's italianos n tem disso como deve de ser. Lol.
Es linda, sabias?
*adoro-te*
oh sua demonia(lol)...sempre linda nos textos...ja se sabe!Apesar da minha falta de lagrimas (das quais voces tambem nao esperavam), apesar das minhas malas kase terem explodido de tanta roupa e de eu kase ter dado um estalo ao homem do "nos nao estamos aki para gozar com a cara dos nossos clientes", voces sabem que vou, alias, vamos sentir imenso a vossa falta apesar de italia representar para mim mais uma aventura que pretendo coleccionar ao longo da minha vida. Eu sou assim, com esta capacidade de desprender-me com mais facilidade do que me possa prender, mas acima de tudo os laços de amizade, de amor e afins estao ca tds, a minha maneira, nao se esgostam.
Bjinhos italianos de uma açoriana que te adora
...Beijos directamente de Lisboa para Itália... Força, meninas, é só mais uma aventura... agora "A" aventura... amanhã "aquela" aventura... para sempre "uma grande aventura!"...
...Aproveitam muitttttttooooooo!...
Kisses
...A ti, minha doce Debzinha, acredito que a coragem de partir é tão grande como a coragem de ficar... Tenho a certeza que vais agarrar todos os teus sonhos... porque tu tens a força do vendaval mascarada na serenidade de um sol de fim de tarde...
... Ti adoro, gata!...
olá debora! é a 1ª vez que deixo aqui um comentário mas acredita que sou uma leitora assídua do teu blog.. nao sei se entendes isto como um elogio mas além do teu grande dom de escrever tens o dom de conseguir enxer os meus olhos de lagrimas..ou de me fazer sorrir.. sinto o que escreves como se o tivesse a viver..e por isso adoro o que escreves! hj senti mesmo necessidad d comentar pois afinal não só vivi agora o que escreveste, como estive lá...e consegui nao chorar... mas hoje chorei..
A despedida foi realmente muito violenta, principalmente por anormais como eu não segurarem a lágrimazita e fazerem o devido sorriso (acho que é da idade, eu não era assim tão sensível!)... mas as nossas vidas são mesmo assim, cada dia novas etapas,algumas mais difíceis de ultrapassar...mas todas têm uma lição!
Tudo isto não é presságio de tristeza...a mudança tem mts benefícios! Só temos de aprender a lidar com a saudade, força miuda... aproveita as oportunidades e vive a vida!bj
Damn! Foi tão isso! Até eu, que também tenho a mania que sou forte, não resisti. Aqueles demónios deixaram saudades, mas que raios, é inevitável. Não precisamos que nos digam que é uma coisa boa, nós sabemos. Mas custa na mesma, não é?
Agora é só fazeres das tripas coração (esta expressão é nojenta e genial) porque essa força que tu dizes que tens, é claramente real! =)
Aposto que também já ouviste dizer que a coragem sem medo é apenas estupidez. ;)
*Bejinhos*
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