29 janeiro, 2009

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Essa tal mobilidade dos jovens.
No seu sentido literal, pensando em malas que vão aumentando e sendo transportadas a cada "xis" meses, pode cansar. Cansa, de facto.
Mas compensa, mesmo que por um único mês nos sintamos bem em CASA.




(Logo esta, que até fica na "Rua convicta, n.º 7")

18 janeiro, 2009

Aquele medo


O espaço entre as palavras, de tanto se alastrar, condensou-se. De repente fazem-se balanços entre palavras escritas e ditas. Olham-se os meses de relance para os dividir em partes. Partes de aventura, de nostalgia, de hesitação, de sol, de frio, de regresso, de tensão, de medo. Cada uma delas floreia as letras com que se escrevem as palavras. As palavras descritivas dos desafios que vão passando.



Começou por um começo floreado, um arranque merecido, um medo abafado pelo desejo de voltar a sentir a conquista do desconhecido numa terra, já de si, feliz. E a sensação de dever cumprido e de aprendizagem fez crescer a vontade de permanecer nesse desconhecido. A vontade arrasta a força. E só essa força conseguiu aguentar as duas estações do ano com luz em ritmo decorado, repetitivo, cansativo até dizer fim. Quando a força esgotou, disse-se fim para recuperar a força de começar algo de novo.



Voltou a compensar a decisão, mas não o peso de toda a hesitação e cansaço para tomá-la, sozinha. E aprende-se a confiar no nosso interior, por meio desse isolamento, por vezes em forma de solidão. Dizem que é assim... para o bom ou para o mau, com tudo se aprende.



E se cresce.



Cresce-se para ambicionar, para tentar, conquistar por vezes, cresce-se para dar de caras com verdades difícieis de acreditar, para acinzentar as cores, para ficar perto e longe, aos saltos, aos poucos, para ganhar consciência de algumas coisas e ganhar pressão sobre outras. Entra-se no ciclo do mais e mais e mais longe, para se ver quem não olha a limites, quem não olha a meios, quem não olha a princípios.



E dentro do ciclo reduz-se e aumenta-se o espaço entre palavras, as palavras que descrevem ínícios, recomeços, novas decisões, novos desafios, novos medos.



Que, no ano que entrou, "se for para perder, que seja o medo."