23 julho, 2007

Corrida contra o tempo


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15 julho, 2007

Tempo, tempo, tempo

Obsessão temporária.
Tempo.
Para reflectir,
para estudar,
para despedir,
para sorrir,
para chorar,
para decidir,
para preparar.
Preciso de cada segundo deste tempo.
11 dias...

05 julho, 2007

Cheiros


Nenhum cheiro forte permitirá o esquecimento de tudo isto.
O cheiro da residência, que só na residência pude (poderei?) sentir.
O cheiro de uma casa é sempre único e insubstituível.
O cheiro do creme hidratante Eldena, do supermercado Aldi, pertence aos primeiros dias, à presença da Clara, ao fim quente do Verão, início de qualquer coisa na Alemanha.
O cheiro do gel de banho de aveia pertence àquela casa-de-banho pequenina, que me tentava acordar nas manhãs escuras, de temperaturas negativas, com aulas à espera.
O cheiro da cave onde lavava a minha roupa.
O cheiro do Instituto na Emil-Fuchsstrasse, inconfundível, das escadas para as salas de seminário, onde cheguei muitas manhãs sempre gelada e com sono. O cheiro do medo da deslocação no meio dos alemães.
O cheiro estranho de gases a emergir do chão em certas ruas da cidade lembra que piso Leipzig, que (ainda) estou aqui. Um dos poucos cheiros que se manteve durante o frio do Inverno, que tudo bloqueava entre o nariz e o cachecol...
O cheio do Weihnachtsmarkt, o lindo mercado de Natal, matou saudades nas pequenas feiras da Páscoa e da Cidade.
O cheiro das Thüringer Bratwurst, salsichas no pão, bolos de Natal, Glühwein, o cheiro dos fuminhos a aquecer o Dezembro frio lembram a Mãe, o Pai e a irmã a viver parte da minha experiência, ali, aqui comigo.
O cheiro do Bolo-Rei, do bacalhau, do grão, do azeite, dos pastéis de Belém, o cheiro do Natal na Alemanha 2006.
O cheiro do creme de cara Balea lembra Spyndleruv Mlyn, parêntesis no Erasmus em companhia portuguesa.
O cheiro seco do ar condicionado do avião, para Lisboa em Fevereiro, lembra o momento mais pessoal, provavelmente o mais feliz deste Erasmus.
O cheiro do novo quarto da Júlio Dinis, a lembrar o regresso, a saudade, a pausa, o balanço.
O cheiro da nova casa, da Frommannstrasse. O cheiro da casa da Franziska que visitara tempos antes. O cheiro de uma casa a revelar-se novamente único.
O cheiro do gel de duche, agora de mel, para variar. Quando acabou, comprei de novo o de aveia, para pensar que ainda estou no primeiro semestre, longe do fim.
O cheiro da lembrança de um Inverno que foi tão bom.
O cheiro dos Döner no caminho para casa, especialmente forte na Tarostrasse.
O cheiro do meu quarto cor-de-laranja.
O cheiro da Nutella, das boas manhãs, da vontade de acordar com o sol a bater na cara.
O cheiro dos bolos, das bolas de Berlim, dos pãezinhos de sementes, do Milchkaffee em tigelas quase de sopa.
O cheiro do Lukas-Café, que me trazem saudades da Mafalda e dos costumes lisboetas.
O cheiro do refogado, que faço tantas vezes quantas são possíveis, para apurar a Saudade da Mamma na cozinha da Júlio Dinis.
O cheiro do chá de laranja da Franziska, o cheiro da cerveja, do chocolate quente, o cheiro a limão das águas com gás, o cheiro das Kräuter por todo o lado.
O cheiro do Rewe, do Kaufland, do Plus, do Aldi, do Lidl, de todos os supermercados, com o cheiro dos enchidos a substituir o cheiro do peixe.
O cheiro da Cafeteria da Faculdade nas referidas quintas-feiras, a Cafeteria que já não existe.
O cheiro do sabonete da casa-de-banho do 4 Rooms, onde tiveram lugar as primeiras noites de convívio, de novidade, de autêntica histeria.
O cheiro dos queijos franceses, do arroz asiático, das tortillas, dos presuntos, da carne assada, das saladas de batata nos jantares de grupo internacionais.
O cheiro da biblioteca, o autêntico cheiro do Inverno. O cheiro a horários, o cheiro dos momentos a sós, dos momentos de observação, de reflexão, de trabalho, de orgulho e esforço.
O cheiro da casa da Caroline, da Carla, da Julia, dos 4 portugueses, do Wychman, do Padhraig, da Laura.
O cheiro da água do lago.
O cheiro dos parques.
O cheiro da neve.
Dez meses na Alemanha.