15 abril, 2009

O que foi tão bom quanto cansou em menos de três anos.

Tarostrasse, 5 meses

Frommannstrasse, 4 meses

Julio Dinis, uma vida, 4 meses

Weberstrasse, 6 meses

Römerstrasse, 5 meses

Konviktstrasse, 1 mês

Georges Henri, 1 mês

Oltermont, 1 semana

Vandenbroeck, contrato de 4 meses

03 abril, 2009

O vai-vem com escala em Bruxelas


Bruxelas tem vida.
Bruxelas tem vidas, e que vidas!
Ele foi o primeiro choque. Nasceu na Croácia, cresceu em Itália, tirou Economia no Canadá, mestrado em Maastricht, está a fazer este estágio na Comissão Europeia e… tem a minha idade.
Mas as histórias assemelham-se. Ela é romena, mas aos 7 anos mudou-se para a França e estudou direito em Inglaterra. Quem a ouve falar não percebe qual é a sua língua materna.
Já a holandesa com quem vou viver é apaixonada por países sub-desenvolvidos. Tem 25 anos e nunca trabalhou ("student jobs" todos eles têm, estou a falar de trabalho a sério), porque quer investigar, saber, estudar. Formou-se em Amesterdão, fez Erasmus em Inglaterra e já perdi a conta dos países em que fez pesquisa ou trabalhou como embaixatriz de estudantes holandeses: Espanha, México, Gana.
Companheira lusófona! Carioca genuína com samba e jornalismo no sangue. Formada nos Estados Unidos, trabalhou em Nova Iorque e Miami. Fez mestrado em Espanha e trabalhou como jornalista por uns anos na Colômbia.
Querem que continue?
A minha bailarina de Salsa é natural das Canárias. Quando a conheci, falando em inglês, nunca imaginei que fosse espanhola: era a primeira que encontrei sem sotaque. Determinada nos seus argumentos, foi para Inglaterra especializar-se em conflitos e depois esteve uns meses em França – a falar francês também não tem sotaque. Conheceu a carioca na Colômbia e são grandes amigas. A primeira coisa que fez quando chegou a Bruxelas foi inscrever-se num ginásio, onde vai três vezes por semana. Está revoltada porque a cantina da Comissão não faz desconto para vegetarianos.
A belga loirinha de olhos azuis que me acolheu em sua casa por uns dias (até o meu novo lar estar livre) não é especialista em ciência política nem direito ou estudos europeus. É uma bióloga amiga do ambiente, necessária na Comissão, que me ensinou a separar o lixo convenientemente. Comentou comigo ter pena de não ter feito Erasmus. Por melhor que seja Erasmus, será que uma jovem que fez pesquisa nas Maurícias, no Congo, nas Seychelles e em França pode dizer que tem pena de alguma coisa? Também ela corre pelo parque sempre que pode, come fruta e bebe chá ao pequeno-almoço. E é paciente a corrigir os meus erros de francês.
Aquele rapaz que soa a English native-speaker? Nunca teria adivinhado que fosse austríaco, com estudos feitos no Canadá e noivo de uma mexicana. E a minha companheira alemã estudou na Holanda primeiro, fez Erasmus na Suécia, e fez um mestrado - metade na Polónia e outra metade nos Estados Unidos. Não me perguntem quantas línguas fala.
Mesmo que ouse perguntar-me o que estou a fazer aqui, a verdade é que estou, por mérito próprio. Não me vou esquecer do momento em que, na minha pátria, partilhei feliz a minha conquista e ouvi um "mas quem é que tu conheces na Comissão?" como resposta.
São apenas algumas das 600 histórias dos stagiaires arrived in Brussels. E todos nós estamos ainda incrédulos por possuir um "badge" que nos permite entrar nos edifícios das Instituições Europeias e filtrar a polícia mesmo em dias de Cimeira.
Bruxelas tem vidas que inspiram!