04 outubro, 2006

Nova casa.


É este o meu caminho para casa. Nestas duas primeiras semanas, sempre a pé, cerca de 5 Km todos os dias, com as andanças necessárias. Agora, com um Passe semestral de 60 Euros, ando onde eu quiser, quando quiser, com máquinas em cada estação, painéis com os horários também em cada estação, nenhum eléctrico se atrasou até hoje, não espero mais do que 5 minutos, e como o frio começa a apertar o caminho a pé começa a ser substituído. A bicicleta está também à porta de casa, mas ainda não me habituei a usá-la.

É bom sentir-me nesta nova casa. No meu quartinho, com a minha nova cama, mas os meus lençóis portugueses (os alemães não dormem com lençóis...), com o meu computador (agora) sempre pronto a contactar com o que deixei temporariamente aí - já que só aí me lêem. Gosto do desafio de acordar e olhar directamente para a janela, ou seja para o céu, porque os almães também não usam estores nem cortinas, e lembrar-me assim que o despertador toca (porque o despertador tem de tocar, porque eu tenho de ser pontual nos compromissos) que estou mesmo cá, tive mesmo coragem de, pelo menos vir. Por enquanto, é um dia de cada vez.

É a caminhar, por vezes sozinha, por esta calçada, que eu sinto o tempo a passar e tento avaliá-lo. Mas definitivamente a escala de tempo, nesta experiência de Erasmus (não gosto de chamá-la assim, soa cliché demais, mas parece sê-lo assim mesmo), não tem uma unidade de medida certa. Acima de tudo julgo que o tempo passa devagar, e ao mesmo tempo é mais do que insuficiente para fazer tudo o que preciso. E é sobretudo insuficiente para quem desejaria parar para falar com cada pessoa de cada vez e contar tudo de maneira especial. Nem há tempo nem há forma de exprimir tudo o que se sente em tão pouco tempo.

Fala-se muito alemão, mais do que seria de esperar para quem lida mais com estrangeiros. Os espanhóis falam demasiado espanhol e os anglo-americanos falam demasiado inglês. O dicionário vem sempre comigo e o diário desta viagem especial também está por perto, mas também o tempo não deixa que lhe dê a atenção merecida. Assim sendo trago a máquina fotográfica, Fotoapparat como lhe chamamos, e a cada instante pode registar-se um momento diferente, uma imagem engraçada, ou pelo menos fora de vulgar, como de resto tudo o que sinto que se vive por aqui.

Enquanto é fase da exploração, o sentimento é de agrado, pelo menos porque há mais coisas entusiasmantes do que medo do que aí vem. Mas o certo é que vem e só aí veremos...

aber... kein Problem!

3 comentários:

ARN disse...

ja tens um caminho de casa. isso é mt pessoal, é mais uma conquista tua: a tua casa nova, a tua faculdade nova, o teu caminho novo... q bom! Tenho passado no caminho velho, está na mesma e espera-te com serenidade.bj

Chicotadas disse...

Esqueceste-te de dizer a morada, assim como é que um gajo vai ai comer umas kartoffeln salat mit bier, ah?
Adorei o post,senti-me aí...e gostei mt das fotos que estao no link...(aqui entre nós, és a mais gira:P)
Viva Leipzig, viva Salamanca, viva os orgasmus, viva os ERASMUS!
Küsse!

Polly Jean disse...

:)
Venho sempre aqui.
Beijo.
Que usufruas de tudo isso que é a vida e um dia uma recordação que estou certa te será grata.
Tia Tona