23 janeiro, 2007

Congela tudo, menos o tempo


Cachecol até aos olhos, mãos nos bolsos, saída do aeroporto, sozinha na carruagem de regresso, céu limpo e verde-relva lá fora, bem estendido. Mais uma despedida.
De regresso à rotina, à cantina, aos cadernos já cansados, amarrotados, cheios de conteúdos para decorar e traduzir.
Não sobra tempo para tudo, ou talvez não sobre tempo para nada do que Janeiro, im Allgemeinen, exige. O cheiro a despedida sente-se, cumprimentam-se as temperaturas negativas, anseia-se pela visita da neve.
Faz-se uma contagem decrescente, não para "o" dia, mas para vivências diárias. Aqui não escasseiam as oportunidades para saborear algo novo. Próprias de quem já sente saudades de muitas coisinhas. E entretanto planeiam-se novos passos, nova casa, novo semestre, novas férias, novas cidades.
Estimo a minha rotina. Afinal não interessa nada o vento cortante; cá dentro está sempre quentinho.
Lisboa, querida, está quase-quase.
Mas não tenho pressa nenhuma.

3 comentários:

Catarina disse...

Como disse quando cheguei..."vamos ter tempo para partilhar tudo o que vamos sentir em conjunto"...vêm-me lágrimas aos olhos só de te sentir a sentir o que nós também sentimos...e agora percebes minha deb...
eu quero que voltes depressa*adoro-te e th mts sdds!

Anónimo disse...

O misto de sensacoes nesta altura é TAO grande que me sinto pequena só de pensar nele!!
A mim ja me custa pensar que falta menos de um mes...e é justamente nesta altura (que nao temos tempo para nada) que o tempo teima sempre em passar mais depressa...
Comeco sinceramente a desconfiar que parar o tempo seria melhor..e ao mesmo tempo o regresso vai saber TAO bem...vou poder recriar uma rotina...e manter outra bem juntinho do coracao!

(bem miuda...hei-de escrever sobre isto...mas agora nao tenho grande tempo..nem mesmo para pensar isto que sinto com serenidade!! Sera que vou ter antes de parar de o sentir??bah)

beijao enorme...desta que sente uma enorme cumplicidade por poder partilhar TANTAS coisas contigo ao mesmo tempo!!

ARN disse...

É bom viver uma vida bem vivida, sentir que fazes coisas, que cresces, que tens histórias para contar, que és uma pessoa preenchida, que não és só uma coisa, que és tantas que até te confundes. Há coisas que acontecem connosco que são impossíveis de verbalizar, na euforia e felicidade que sentimos não resistimos em tentar mostrar o que se passa connosco, mas depois sentimo-nos logo ridículos e nunca mais de fala nisso, a não ser que "haja por aí" umas cumplicidades especiais que te compreendam no sorriso, no olhar e na letra!