16 julho, 2009

Déjà vu


Não pensei voltar a sentir o mesmo que sentimos todos, de mãos dadas, em Julho de 2007, no Kulturbundhaus em Leipzig, ao som de Oasis. Uma alegria tão grande, uma saudade tão antecipada. "I feel so happy I could cry".

Estes cinco meses e aquele ano tiveram as suas diferenças, claro. Sobretudo pelo peso institucional. Eramos 600 estagiários num auditório gigante na Place Flagey. Sentíamo-nos deslocados entre aquela roupa formal, não eramos nós e tínhamos sede de soltar a naturalidade. Todos nnos sentíamos especiais e a maioria de nós até inferiores. Qualquer um ao nosso lado teria uma experiência de vida aparentemente mais interessante do que a nossa. Mas no fundo todos nós tínhamos razão para estar ali: fomos 600 escolhidos entre 6000 pré-seleccionados.

Daí a sede de absorver a experiência. A Comissão Europeia, aqui, passou a mero pretexto. Pano de fundo. Fundo para críticas e piadas. Como se nós fossemos melhores que todos eles juntos, fixos no seu contrato. Todos mostrámos garras de trabalhar, de ver, aprender e retirar o melhor desta oportunidade de sonho: entrar nos bastidores da Europa. Bruxelas não tem nada de Bélgica. Conheci uma única pessoa natural de Bruxelas. Bruxelas é uma panóplia de línguas, são aviões, badges, eurocratas, culturas que nos fazem pairar na ambiguidade entre choque absoluto e essa idealizada... União.

Tal como em 2006, saio daqui com culturas novas no coração e no sangue, sob forma de nomes. A incerteza quanto ao futuro é universal. Sabemos apenas que queremos manter-nos unidos. União Mundial. União Europeia. União Umbilical.

2 comentários:

MaB disse...

Ainda bem que valeu a pena!!

mj disse...

:)