As rotinas de outros mundos, como uma tarde de feriado no parque. Oiço árabe, francês, inglês. Também ponho a pele à mostra a cada raio de sol que surge.
Por minha conta. Perigosamente me habituei a passar tempo comigo mesma e a baralhar ideias sobre o que me rodeia.
O Berlaymont fez parte da minha rotina durante estes 5 meses que, de tão rápido que passam, parecem já ter acabado. Tanta gente, tantas línguas, tantas folhas de informação, tantos programas diferentes. É tão simples fazer amigos aqui. E tão genuíno.
Dizia eu no início que Bruxelas tem vidas que inspiram. O meu sangue outrora caseiro tem tanta, tanta sede de conhecer mais agora. E nunca o paradoxo foi tão grande. Quero voltar a conhecer cidades desde o início, começar vidas novas em sítios novos. Quero infiltrar-me na rotina de Dublin, quero passear na Escandinávia, explorar o Canadá, deixar-me convencer pela Austrália e quero cumprir o meu sonho em Nova Iorque.
Onde está o paradoxo?
Quero ir para Casa.
02 junho, 2009
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6 comentários:
Brilhante.
Faz-me lembrar uma frase no outro dia "Não há nada mais universal do que aquilo que é nacional." ou outra de um professor lá dos estudos europeus que dizia que quanto mais cosmopolitas ou cidadãos do mundo nos tornamos, mais precisamos das nossas raízes, da nossa comunidade, do lugar oude pertencemos, e a onde gostamos sempre de voltar.
Mas porquê perigosamente? Tu consegues as duas coisas, como ninguém. Ora repara: Passar muito tempo sozinha sem que isso te torne menos sociável ou mais fechada. Conciliar o fechamento do trabalho durante horas ao computador, gerir a casa, as economias, as burocracias, as responsabilidades, conseguir tomar bem conta de ti (se toda a gente o fizesse!), e no momento a seguir, receber um telefonema e lá vai ela, óculos de sol, com uma capacidade de se transmutar e ir para a praia com as amigas, com a leveza de quem passa a vida a ir às compras...!
Eu, e muita gente que conheço, passo a vida a balançar-me entre o conforto do que já aqui está seguro e o fascínio do "lá fora". Ponho um pézinho lá devagar, com o outro bem seguro na minha casinha. Já era assim antes, acho que sempre fui assim. Tu demoraste tempo, estavas muito enraizada. Mas no dia em que saltaste, já ninguém te prendeu.
És como uma árvore. Com raízes fortes e bem seguras, mas com um tronco que vai subindo, e lá de cima a vista é linda (embora possa dar vertigens, né?), com as folhas que voam.
Sais porque tens contigo o que é preciso.
Gente, o que faz a Débora ser a Débora é que tem as duas coisas: a capacidade de partir, sozinha, com as suas coisas, as suas ideias, as suas malas e o seu mundo, e a capacidade de estar presente e ligada às pessoas que ficaram no lugar de onde partiu.
Acreditem, isso não é para qualquer um.
que bom que é ter amigas assim como a mj!!!!que bem que eu compreendo o que ela diz só que não tenho a veia de escrita dela por isso me é mais fácil dizer que faço minhas as palavras dela! mas amanhã se Deus quiser já lhe posso dizer muito mais coisas porque falar ÁS VEZES É MAIS FÁCIL...OUTRAS VEZES NEM TANTO...minha querida tanto orgulho sinto por ti e pelas coisas bonitas que dizes e os sentimentos que consegues transmitir!!!
Mesmo quando me dizias que não - e eu insistia, porque sim, porque tinhas de ir - que acredito que o mundo é a tua (a nossa casa). Sempre entre cá e lá, o importante é que nos sintamos em casa connosco. E isso - de tanto tempo que passas contigo - sentes tu.
Mas sabe bem saber-te assim, tão perto desta nossa casa. Lisboa espera-te ansiosamente. Connosco.**beijo
De escrever passei a nao ter palavras... Obrigada! Ai vou eu, para Casa, para voces!!!
Olá! :)
Sei que não me conheces, vim parar ao teu blog com uma pesquisa no google e adorei!! de facto, fizeste-me sentir que ainda posso ter algumas esperanças quando disseste que entraste na comissão sem recurso a "conhecimentos". Eu fui pre-seleccionada e estou nervosamente à espera do resultado, que deve sair em Julho... já ouvi falar tanto do "lobbying" que não sei o que pensar. Enviei e-mails p as DGs que mais me interessam mas sinceramente não acho que tenham tido grande efeito. Gostaria de saber se me podes dar algum conselho, falar-me de como foi a tua experiencia durante a selecção e o que achaste do estagio :)
Agradeço-te desde já :)
Inês
Ola Ines, obrigada pelo comentario!
Nao me importo nada de te ajudar no que puder, por isso da-me o teu email ou adiciona-me no facebook ou hi5 e assim trocamos uns emails!
Debora :)
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