Começou por um começo floreado, um arranque merecido, um medo abafado pelo desejo de voltar a sentir a conquista do desconhecido numa terra, já de si, feliz. E a sensação de dever cumprido e de aprendizagem fez crescer a vontade de permanecer nesse desconhecido. A vontade arrasta a força. E só essa força conseguiu aguentar as duas estações do ano com luz em ritmo decorado, repetitivo, cansativo até dizer fim. Quando a força esgotou, disse-se fim para recuperar a força de começar algo de novo.
Voltou a compensar a decisão, mas não o peso de toda a hesitação e cansaço para tomá-la, sozinha. E aprende-se a confiar no nosso interior, por meio desse isolamento, por vezes em forma de solidão. Dizem que é assim... para o bom ou para o mau, com tudo se aprende.
E se cresce.
Cresce-se para ambicionar, para tentar, conquistar por vezes, cresce-se para dar de caras com verdades difícieis de acreditar, para acinzentar as cores, para ficar perto e longe, aos saltos, aos poucos, para ganhar consciência de algumas coisas e ganhar pressão sobre outras. Entra-se no ciclo do mais e mais e mais longe, para se ver quem não olha a limites, quem não olha a meios, quem não olha a princípios.
E dentro do ciclo reduz-se e aumenta-se o espaço entre palavras, as palavras que descrevem ínícios, recomeços, novas decisões, novos desafios, novos medos.
Que, no ano que entrou, "se for para perder, que seja o medo."
3 comentários:
Medo temos todos. Mas não há ninguém, que eu conheça, que o enfrente como tu!
Lembra-te que a coragem não é ausência desse medo, mas sim a capacidade de o enfrentar. Como só tu o sabes fazer. =)
E, já sabes: por aqui há sempre um porto de abrigo.
Bjo grande*
Este texto custou-me...
Pela minha parte,quero preencher alguns dos espaços vazios de palavras com sentido, e quero que saibas que sou mais do que os lanches das novidades, as visitas de médico, o entusiasmo do "estás tão diferente!" e do "és a maior, conseguiste mais uma vez!".
Eu Sei ser mais. (testa-me...)
E Quero.
Quero que não estejas sozinha nunca, mesmo quando não há ninguém conhecido (ou aliás, amigo) à tua volta.
Coragem para ti, M.A.***
Não tenhas medo do medo, tu tens tão pouco, tu é que não sabes.Beijo enorme, cheio de saudades, não só de te ver, mas de viver coisas contigo.
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