Desperta com aquele som agudo e repentino, desliga e descansa mais uns minutos. Os passos são pesados, os olhos semi-abertos, ouve-se o ruído dos carros numa rua cinzenta a combinar com o céu. Mexe-se em piloto automático nestas viagens pendulares que, tão afortunada, experimentou tão tarde. Saudosa do seu lar no centro da sua cidade.
As pernas pesam, os ombros endurecem, as datas marcam-se para mais um compromisso. Desafios, ideias, pendências. Não sobra tempo para beber ou comer sem olhar para o relógio, pensar no que tem de ser feito. Pelo meio, no que se quer fazer.
São assim as cidades, o trabalho, tudo aquilo que não conhecia desta forma. As pernas pesam, o ar aperta, o tempo não resta, a voz não comunica. Anseia por liberdade.
Mas há força para encarar essa velocidade, essa agressividade. Porque se vive.
Ainda que com despertador, existe um acordar diário. E aí reside o valor da vida.
Portanto não faz mal.
10 setembro, 2008
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2 comentários:
Sortuda a cidade que te tem como habitante. Sortudos, todos nós, por termos a sensibilidade em pessoa como amiga!
Tenho saudades tuas
Gosto muito de ti. Coragem, nessa azáfama. *
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