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Nunca há dinheiro para o essencial, mas arranjam-se sempre uns trocos para o acessório - é esse o segredo da miséria de Portugal, um país onde ainda há milhares de crianças que acordam e adormecem com fome, e onde, para regatear o leite escolar em falta, os pais têm que ir bater à porta do centro da irresponsabilidade, vulgo "sede do agrupamento". Se os pais pudessem escolher a escola pública que querem para os seus filhos, não seria necessário sequer gastar-se dinheiro com a avaliação dos professores. Mas Portugal é anti-escolha: todas as leis são feitas de modo a que a única escolha possível seja entre a resignação e a sua irmã afoita, que dá pelo nome de cunha ou esperteza saloia. Quem tem "conhecimentos", consegue mexer os papéis, quem não os tem, é melhor ficar sentado e pensar noutra coisa. Os "papéis", em Portugal, são uma entidade mágica e autónoma - como os automóveis, que em caso de acidente, se diz que "matam", pelos vistos sozinhos.
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Inês Pedrosa, in EXPRESSO
Bis, bis, bis, e por aí fora...
3 comentários:
Tens bom remédio!
pois tenho, mas com os remédios vêm as contra-indicações - daí o dilema!
Bis mesmo... E contra-indicações de remédios, há em todos. O dilema não é assim tão grande, pensa qual o mal maior: a doença ou as contra-indicações do remédio?
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